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  • Foto do escritorMartin Alves

Afinal, você sabe o que é o Light Steel Framing?

Na construção civil existem diversos métodos e formas de conceber as edificações, sendo o sistema construtivo em alvenaria e concreto armado dentre os mais comuns utilizados hoje no Brasil. No entanto, estes métodos tradicionais ainda causam diversos impactos financeiros e ambientais, no qual a maioria dos materiais envolvidos não são reutilizáveis e inferem um grande gasto energético ao meio natural na sua produção, a exemplo, o cimento e a extração de areia, sem mencionar o consumo da água de forma direta.


Grande parte destes materiais construtivos citados acabam sendo desperdiçados, devido ao próprio processo construtivo atual, como quebradeiras de paredes de alvenaria já prontas para a passagem das tubulações de água e eletrodutos dentre diversos outros. Diante desse cenário, surge, como forma de contornar todos estes problemas, o Light Steel Framing (LSF). Mas, afinal, você sabe o que ele é?


O LSF é um sistema construtivo que utiliza a metodologia de construção a seco, a qual permite a racionalização das construções por meio da industrialização dos elementos que compõem a edificação. Estes elementos que compõem a estrutura em LSF passam mais tempo em ambientes controlados, ou seja, as indústrias, onde são formados, e em seguida são apenas montados em campo, o que garante um aumento da produtividade, diminuição do desperdício e uma precisão milimétrica na execução.


Figura 1- Edificação em Light Steel Frame (LSF)

Fonte: Reprodução Google Images.


As edificações em LSF são formadas por paredes estruturais constituídas por perfis leves conformados à frio. Estes perfis, os montantes, são do tipo seção U enrijecidos e de chapa fina de aço galvanizado, usualmente de 0,95mm de espessura, formando as estruturas verticais. Os montantes são espaçados de 0,40m a 0,60m entre si, sendo estes responsáveis por receberem as cargas verticais da edificação, agindo de forma conjunta.


Na parte inferior e superior são instaladas as denominadas guias. Estas são as estruturas horizontais e, também são formadas por perfis leves, normalmente de seção do tipo U simples. Elas são parafusadas aos montantes com parafusos do tipo metal-metal autobrocantes e garantem a estabilidade e condição de apoio correta para a estrutura das paredes.


O revestimento das paredes pode ser feito de várias formas: por meio de placas de madeira orientada (OSB), placas de gesso acartonado e placas cimentícias. Para a face interna das paredes normalmente são utilizadas as placas de gesso acartonado, sendo estas produzidas em três categorias dividas por cores: a standard (ST), placas brancas e mais usadas em áreas secas; as rosas (RF) que são placas resistentes ao fogo e as verdes (RU), resistentes à umidade – sim, o gesso acartonado pode ser usado em áreas sujeitas à umidade, sendo que estas placas aceitam qualquer tipo de acabamento, desde pintura à instalação de cerâmicas de revestimento.


Para face externa das paredes, normalmente vem sendo utilizado as placas cimentícias. Estas são formadas pela mistura de cimento Portland, fibras de celulose ou sintéticas e agregados, o que proporciona um alto grau de resistência à umidade e resistência a impactos. Estas chapas são produzidas em espessuras de 6 a 12mm, dependendo do grau de resistência as intempéries determinadas pelo projeto.


As paredes em LSF formam uma espécie de “sanduíche”, onde a face interna é revestida pelas placas de gesso acartonado, a face externa por placas cimentícias e, no meio, entre os montantes, pode ser preenchido com materiais inertes, inodoros, imputrescíveis e incombustíveis, que garantem um bom isolamento termoacústico. Para estes materiais é bastante utilizado a lã de rocha que é composta por fibras inorgânicas e outros minerais.

Para as instalações elétricas e hidráulicas da edificação, pode esquecer as famosas “quebradeiras” que geram entulhos e desperdício de material. Em LSF toda a tubulação e eletrodutos são passados por dentro das paredes por furos já planejados através dos montantes, garantindo assim menos desperdícios, mais produtividade e uma obra mais limpa e organizada.


Figura 2 – Detalhe das instalações hidráulicas em LSF e fechamento com placas OSB

Fonte: Reprodução Google Images.


O sistema construtivo em Light Steel Framing já é bastante difundido em países como Estados Unidos, Canadá, Japão, Inglaterra, Austrália e China. Entretanto, não pense que ele é aplicado e utilizado apenas no exterior. O LSF vem sendo cada vez mais consolidado em solo brasileiro, e o seu uso vem crescendo cada vez mais, em obras pequenas e até mesmo de grande porte em diversas regiões do Brasil. A exemplo, o Rio Media Center no Rio de Janeiro foi todo construído em LSF, para atender aos jornalistas durante os jogos olímpicos do Rio 2016, o que possibilitou a finalização da obra em 60 dias.


Figura 3 – Rio Media Center, Rio de Janeiro

Fonte: Revista Arquitetura e Aço nº 47, CBCA.



Figura 4 - Vista aérea Rio Media Center

Fonte: Revista Arquitetura e Aço nº 47, CBCA.


Vantagens

Dentre as inúmeras vantagens do uso do LSF, as principais são o aumento da produtividade e precisão executiva e orçamentária, menor índice de desperdícios, maior qualidade do produto final, redução significativa nas fundações, uma vez que uma parede em LSF chega a ser cinco vezes mais leve que a alvenaria convencional, redução drástica no consumo de água e um canteiro de obras mais limpo e organizado.


Desvantagens

Este método construtivo, por exigir uma precisão maior na execução, requer uma mão de obra mais especializada. Entretanto, esse cenário já vem sendo transformado uma vez que cada vez mais empresas brasileiras vem se especializando neste sistema, o que proporciona o aumento da oferta e redução dos preços de execução.


Martin Alves é da equipe de Engenharia da Família ALG e é apaixonado por estruturas. Em constante busca do conhecimento, se posiciona para liderar a área de estruturas da ALG.


 

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