O avanço tecnológico, que surgiu após a Revolução Industrial, trouxe consigo diversas mudanças, responsáveis por oferecer ferramentas cada vez mais eficientes e por criar um ambiente mais competitivo no mercado. As rápidas mudanças no quadro mundial da tecnologia, beneficiou também a atuação da engenharia e arquitetura.
Os projetos de construção civil eram realizados de forma manual, com o uso de pranchetas, papéis, calculadora e rabiscos. Logo em seguida, foram substituídos por softwares que simulavam pranchetas eletrônicas, como é o caso do AutoCAD.
Apesar dos grandes progressos, o CAD ainda apresenta deficiências na integração e nos cálculos estruturais, pois limita a comunicação entre os projetistas e a compatibilidade entre as disciplinas do projeto. Para um projeto realmente eficaz, seria ideal se ele fornecesse todas as informações adicionadas a ele (como gráficos, números e representações de texto).
Baseado nesse contexto, surgiu a tecnologia BIM!
O BIM (Building Information Modeling/Modelagem da Informação da Construção) é uma espécie de linguagem utilizada dentro dos softwares com o intuito de gerar um projeto mais integrado e que englobe a obra como um todo.
Isso quer dizer, por exemplo, que dentro de um mesmo projeto, os arquitetos podem trabalhar em um ambiente favorável a eles, enquanto engenheiros utilizam outro software que os atenda. E, mesmo assim, todos os projetos e as pessoas conseguem comunicar-se de maneira clara e, em contraste com os modelos tradicionais, enxergar erros e propor mudanças antes da fase da obra.
O principal benefício da utilização do BIM, quando comparado a processos tradicionais, está justamente ligado a compatibilização de projetos. O acesso à informação e a facilidade de conversação entre as áreas, possibilita verificar interferências (por exemplo, um pilar estrutural cruzando com uma tubulação de água, Figura 1), alertando o projetista sobre as medidas a serem tomadas e evitando assim, que erros comuns causem surpresas nas obras.
Figura 1 - Interferência encontrada através de um software BIM
Fonte: AltoQi.
Analisando o custo de um empreendimento com o avanço das etapas construtivas, desde o estudo da concepção até a construção da obra, é possível perceber que nas fases iniciais é onde se encontra a maior possibilidade de interferência e onde o custo acumulado ainda é baixo. É na etapa de concepção do projeto onde tem-se a capacidade de prever e resolver os principais erros. Dessa forma, o custo da realização de um bom projeto é mínimo quando comparado com o custo de fazer alterações na etapa da construção.
Pode-se concluir, então, que a tecnologia BIM surgiu para contribuir em diversos âmbitos no nosso ramo de atuação. Sua implantação requer muito estudo, adaptação e tempo. O processo de migração do modelo menos automatizado para a Modelagem gera impactos a longo prazo e tendem a elevar a qualidade das construções nacionais.
Rafaella Barbosa é da equipe de Engenharia da Família ALG e está sempre focada em soluções, inovações e melhoria contínua das nossas atividades. Durante a pandemia tem trabalhado remotamente e realizado diversos ajustes em nossos processos.
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